O head de produtos da Adyen para a América Latina, Rodrygo Moço, afirmou que o Pix Automático é um caso de uso que faltava no arcabouço do arranjo de pagamentos instantâneos, uma vez que esta solução permite o pagamento de contas de forma recorrente e por assinatura.
Em conversa com a imprensa em São Paulo nesta terça-feira, 16, o executivo explicou que, sem o Pix Automático, os serviços que cobram de forma recorrente não conseguiam participar ativamente deste ecossistema de pagamentos, como plataformas de streaming e empresas de utilities.
Dentro da Adyen, o foco será mais em parceiros digitais, como os streamings. A ideia segundo Moço é quebrar barreiras e trazer novos consumidores que atualmente não conseguem pagar um serviço ou produto recorrente por não terem cartão de crédito e têm apenas o cartão de débito que “não é tão bem servido para recorrência”.
Importante lembrar, o Pix Automático, segundo o BC, é um serviço de pagamentos recorrentes, previamente autorizados e que serão debitados da conta corrente do pagador. Nesta jornada, o usuário aprova o pagamento por meio de notificação que recebe ou via leitura de QR Code. A autorização ocorre uma única vez, ou seja, o correntista não precisa aprovar todo mês.
Impactos do Pix Automático
O head de produto prevê que haverá uma migração do cartão de crédito para o Pix entre os clientes atuais de recorrência, uma vez que esse tipo de serviço geralmente é de tíquete médio baixo, o que deve reduzir os encargos financeiros para os comerciantes.
Também estima a possibilidade dos provedores de serviços e produtos oferecerem promoções e fidelizações para clientes optarem por pagamentos recorrentes em Pix.
De acordo com uma pesquisa da empresa feita em 2024 com 2 mil brasileiros e 400 empresas, 88% dos consumidores pagam algum tipo de serviço por assinatura e 80% das empresas pretendem investir nesse segmento nos próximos meses.
Disponibilidade
Moço revelou que a adquirente vai participar de um piloto do Pix Automático que começa no próximo dia 28 de abril, em apoio a alguns clientes de sua base. Esse piloto dura até 16 de junho quando a solução será liberada para todo o Brasil.
O profissional explicou que a solução está “pronta e robusta para poder atender o mercado” dentro da adquirente. A sua expectativa é que o serviço começará com uma fundação sólida depois do lançamento no terceiro trimestre, mas deve ganhar mais adoção no final de 2024 e começo de 2025.
Imagem principal: Maria Isabel Noronha, VP de atendimento ao cliente na Adyen; e Rodrygo Moço, head de produto na Adyen (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)