Resumo
- O kernel Linux 6.15 deixou de suportar as clássicas CPUs i486.
- Também perdeu compatibilidade com CPUs x86 de 32 bits que tenham mais de oito núcleos ou mais de 4 GB de RAM.
- Máquinas com i486 ainda podem rodar Linux usando versões anteriores do kernel.
No último domingo (25/05), Linus Torvalds anunciou a versão final do Linux 6.15. Como de hábito, a novidade trouxe suporte melhorado a variados itens de hardware. Mas também houve uma “desincompatibilidade”: a nova versão do kernel deixou de suportar as clássicas CPUs i486.
Não foi exatamente uma surpresa. As discussões sobre o fim do suporte a processadores i486 no Linux ganharam força em abril, e o assunto já era debatido há alguns anos. Com o lançamento da versão 6.15, a decisão foi confirmada, como explica o site The Register.
Na prática, isso significa que distribuições ou sistemas sob medida baseados no kernel Linux 6.15 ou superior não rodarão mais em computadores equipados com chips da família 80486 (ou somente 486).
Quem possui uma máquina baseada em um chip do tipo terá que recorrer a uma versão anterior do kernel.
Por que o Linux 6.15 deixou de suportar chips i486?
Basicamente, porque os processadores i486 são muito antigos. Eles foram introduzidos em 1989 e tiveram o seu auge no início da década de 1990. Hoje, o número de PCs baseados nessa família de chips é tão baixo que não vale mais a pena manter a sua compatibilidade no Linux.
A permanência do suporte serviria apenas para deixar o código-fonte do kernel mais “inchado” e, consequentemente, dar mais trabalho aos desenvolvedores. Com o fim da compatibilidade, eles podem se dedicar a outros componentes do Linux.

Esse não foi o único corte de suporte. O Linux 6.15 também deixou de ser compatível com CPUs x86 de 32 bits que têm mais de oito núcleos e/ou trabalham com mais de 4 GB de memória RAM.
Motivo: aplicações que precisam de processadores com mais de oito núcleos normalmente trabalham com chips de 64 bits. Não fazia mais sentido dar suporte a sistemas avançados de 32 bits, portanto.
Havia previsão de que o suporte a chips i586, que correspondem aos primeiros chips Pentium, também seria cortado. Mas o Register relata que esses processadores ainda são suportados pelo kernel. Resta saber até quando.
Em todos os casos, o fim do suporte não significa que, de uma hora para outra, computadores com os chips afetados deixarão de funcionar com o Linux. Essas máquinas podem continuar ativas com versões anteriores do kernel, bem como com distribuições otimizadas para elas.
Kernel 6.15 marca o fim do suporte a chips 486 no Linux