O Google revelou, nesta terça-feira (13), o novo design do Android 16. Essa é a maior reformulação do Android em anos, trazendo animações novas em todo o sistema, mais fluidez e novos recursos. A atualização é baseada no padrão Material 3 Expressive, que promete ter uma conexão maior com o usuário e ser menos “chata”.
O Material 3 Expressive é um redesign na interface, mas também na experiência do usuário. O Google cita que essa será uma atualização que vai garantir um uso mais engajado, fácil e desejável, partindo do apelo emocional. Isso inclui mudanças em novos componentes de design, física, cores e mais. A proposta é que o sistema seja mais expressivo, como o nome sugere.
A empresa diz ter conduzido uma série de estudos com mais de 18 mil participantes para entender como tornar o sistema mais atraente. Ou, nas palavras da empresa, o entendimento é de que “as pessoas realmente preferem sentir algo” quando se trata de design.
“Os elementos fundamentais do design expressivo são o uso de cor, forma, tamanho, movimento e contorno. Esses aspectos do design também são essenciais para tornar um produto mais utilizável, pois ajudam a destacar o que é importante na interface: fazendo com que ações principais se destaquem e agrupando elementos semelhantes”, cita a empresa.
Essa é uma atualização do atual Material 3. Nas pesquisas, o Google avaliou coisas como: para onde os olhos se atentam primeiro; questionários para entender a resposta emocional a diferentes designs; experimentos para determinar as preferências do usuário; o quão rápido os participantes conseguem entender e usar uma interface.
A empresa destaca como esses estudos ajudaram a criar a nova interface. Em um aplicativo de e-mail, por exemplo, eles dizem que adotar um botão de “enviar” maior, posicionado acima do teclado e com uma cor secundária, ajudou os usuários a serem mais rápidos em comparação com o mesmo botão posicionado no topo da tela — e isso com usuários de diferentes idades.
O que há de novo no Android 16?
Na prática, o Material 3 Expressive não vem para ser uma linguagem de design única para todos os apps, mas quer evitar que eles sejam todos parecidos, “limpos” e “chatos”. Essas são algumas das mudanças do Android 16:
- Novos ícones e botões maiores;
- Mais personalização do sistema no geral;
- Física natural para interações e transições;
- Central de notificações com nova animação e resposta tátil;
- Painel de ajustes rápidos remodelado, personalizável e com novos ícones;
- Novo controle de apps na multitarefa com mais efeito;
- Botões de volume e brilho da tela remodelados;
- Efeito de profundidade de campo nos apps em segundo plano;
- Novas fontes para diferentes ações e avisos do sistema;
- Temas coloridos dinâmicos com componentes responsivos;
- Botões de ação dentro dos apps com mais contraste;
- Mais formatos para os ícones de aplicativos;
- Conteúdo adaptável para telas maiores, como de celulares dobráveis.
Um novo recurso chamado “Live Updates” também chegará ao Android 16. Ele exibe o progresso de um aplicativo como uma notificação, permitindo que você saiba quando a comida que pediu em um app vai chegar, por exemplo. É algo parecido com o que o iOS 18 já faz, além da nova One UI 7. Assim, o usuário verá essas informações mais rapidamente sobre pedidos via delivery, corridas e em apps de navegação, por exemplo.
Os aplicativos do próprio Google receberão essas mudanças primeiro. No Google I/O — 20 e 21 de maio — a empresa irá detalhar os novos recursos de segurança e privacidade, mas já adiantou o que os usuários podem esperar:
- Mais proteções para impedir a desativação do Google Play Protect;
- Nova camada de segurança para instalar apps de fora da Google Play Store;
- Mais atenção às permissões que um app solicita;
- Avisos para desligar o compartilhamento de telas em ligações, especialmente ao exibir apps de bancos (começando no Reino Unido);
- Detecção de fraudes: em uma conversa, o Android avisará se identificar um padrão que pode ser malicioso utilizando inteligência artificial (IA);
- Um novo identificador de contatos (Key Verifier) para evitar scammers.
Uma ferramenta importante deverá restringir todas as ferramentas do Android para resetar um smartphone de fábrica quando não há a permissão do próprio dono. Essa é uma função pensada para o roubo ou furto de celulares. O Google também trará mais controle para bloqueio remoto, além de permitir a criação de senhas que são usadas apenas uma vez. Essas senhas também deverão ficar escondidas no celular.
Para indivíduos de alto risco, como jornalistas, políticos ou figuras públicas, o Android 16 contará com o Advanced Protection. Já na loja de apps, o Play Protect vai identificar os softwares maliciosos que se disfarçam com ícones de outros oficiais.
Entre as novidades, há também o Find Hub. Essa será uma central para gerenciar e localizar dispositivos. Ele é compatível com conexão via satélite em produtos com o recurso, além de habilitar mais funções em tags de rastreamento utilizando Ultra Wideband (UWB) — começando com a Moto Tag.
Gemini e Wear OS 6
O sistema operacional do Google para relógios, o Wear OS 6, também será atualizado com o Material 3 Expressive. A empresa, porém, deixa claro que o foco das mudanças está nos smartwatches com telas redondas. Isso significa um design mais interativo e fluido, novas animações nos cantos da tela e uma navegação com profundidade de campo.
A empresa diz que essas mudanças vão facilitar ações cotidianas, como usar o teclado, controlar mídias e afins. As transições também foram remodeladas para se adaptarem a essas telas menores.
Com isso, o Google traz ao Wear OS 6 cores dinâmicas entre os temas e botões responsivos que se adaptam à interface. Segundo a empresa, essa atualização chegará primeiro aos dispositivos da linha Pixel e, entre outros, terá melhorias na performance e otimização da bateria.
A empresa ainda pontuou que o assistente virtual Gemini estará disponível em mais produtos. Ele chegará ao Wear OS, permitindo fazer as ações tradicionais, responder perguntas, definir lembretes e alarmes e trazer informações de mensagens, e-mails e outros; no Android Auto, poderá usar a localização do usuário para indicar bares, restaurantes e afins.
O Gemini também estará disponível na TVs (com Google TV) e no Android XR, sistema da empresa para headsets de realidade mista. Inicialmente, ele estará disponível no dispositivo que a empresa vem preparando com a Samsung, o “Project Moohan”, que tem previsão de lançamento para 2025.
