Nesta segunda-feira (12), o Globoplay protagonizou uma ação de marketing para divulgar uma nova telenovela. A campanha consistiu em simular a invasão da conta oficial da plataforma no Instagram — o suficiente para chamar a atenção do público e da mídia especializada. Mas onde está a graça?
Ciberataques acontecem o tempo todo, e o Brasil está longe de ser exceção. Uma das práticas mais recorrentes é justamente a invasão de perfis em redes sociais, explorando brechas nos sistemas ou capturando dados por meio de engenharia social. O TecMundo já relatou inúmeros casos semelhantes — e até oferece guias para ajudar usuários a evitar golpes ou recuperar contas comprometidas.
Grandes figuras públicas já foram vítimas. Entre os episódios mais notórios estão a invasão do perfil no X do ex-presidente Jair Bolsonaro e, mais recentemente, da conta da atual primeira-dama, Janja. Ambos os casos envolveram preocupações sérias com segurança e, em certos contextos, chegaram a mobilizar a Polícia Federal.
Fora do Brasil, influenciadores e canais de grande porte também são alvos constantes. Um dos exemplos mais emblemáticos foi a invasão ao canal do Linus Tech Tips, um dos maiores nomes da tecnologia no YouTube.
Ciberataque não é brincadeira
Pessoas, empresas e instituições públicas sofrem invasões diariamente. O Brasil figura entre os países mais afetados por crimes cibernéticos, com destaque para os ataques de negação de serviço (DDoS), que frequentemente têm como alvo sites e serviços online.
Um exemplo recente foi a tentativa de ataque ao site do Superior Tribunal de Justiça. Apesar da ofensiva, nenhum sistema da corte foi derrubado.
Outro exemplo toca na capacidade destrutiva do DDoS que impacta pessoas reais: com sistemas fora do ar, cidadãos ficam impossibilitados de receber informações importantes ou atendimento online — nos EUA, um homem foi acusado de tentativa de homicídio nos EUA por ataque a hospital.
A campanha de marketing da Globoplay
A ação de marketing do Globoplay, que forjou uma invasão no Instagram, ocorreu nesta segunda-feira (12) e quase foi noticiada pelo TecMundo como uma ocorrência real. Durante a checagem editorial, no entanto, levantou-se a hipótese de que se tratava de uma campanha publicitária — o que se confirmou.
Assim como nós, outros veículos provavelmente também se depararam com a dúvida. Apesar de criativa à primeira vista, a estratégia levanta uma questão importante: esse tipo de ação mina a confiança em coberturas sérias sobre segurança digital e, no fim das contas, se resume a uma piada de mau gosto.
