O Chief Revenue Officer (CRO) da TIM, Fabio Avellar, confirmou que a operadora segue com uma estratégia de tirar aplicativos sem consumo da franquia de dados dos clientes, o zero rating, aos poucos de suas ofertas comerciais. Durante evento da companhia em São Paulo nesta quinta-feira, 10, o executivo afirmou que a mudança é natural, se levar em consideração o atual cenário dos aplicativos beneficiados, como o WhatsApp.
“Nós criamos no Brasil por uma questão de agressividade comercial. Existe um uso abusivo da rede que não se paga. Portanto, ao oferecer um dos principais apps do mundo de forma gratuita é algo que não rentabiliza a nossa infraestrutura. E se não rentabiliza a nossa infraestrutura, mais cedo ou mais tarde, nós deveríamos parar de investir. Ao contrário do que acabamos de anunciar [R$ 1 bilhão de investimento na rede em SP]”, disse.
Avellar lembra que este movimento começou neste ano de 2025 ao oferecerem “pacotes mais limitados” nos planos pós-pago e controle: “Nós retiramos esse ano nos planos pós-pago o que chamávamos de ‘zero rating ilimitado’. Então, os nossos pacotes passaram a ter um limite. A partir daquele limite (estourado) o cliente pode contratar novos pacotes (de dados) e fazer uso. Mas de forma ilimitada, nós estamos reduzindo”, completou.
Para efeito de comparação, o CRO lembrou que o WhatsApp, dez anos atrás, era usado para trocar mensagens, mas hoje o usuário troca vídeos e fotos. Também reforça que os principais apps de streaming tinham antes vídeos de baixa qualidade, mas atualmente as imagens transmitidas são de “alta qualidade com alta resolução” que consomem “uma capacidade ilimitada da rede” da TIM.
“Se permitirmos este uso de uma forma extremamente aberta, isso prejudica a experiência de outros usuários que não estão fazendo uso disso. Então, é uma discussão de indústria, sim. E é natural que ao longo dos meses nós vamos tirar isso (zero rating)”, reforçou.
Zero rating no TIM PréXIP
Atualmente, Avellar lembra que a TIM tem o WhatsApp ilimitado apenas para o cliente do TIM PréXIP que faz a recarga pelo app da TIM. Uma base que é pequena, segundo o executivo: “Uma oferta aberta e generalizada de WhatsApp ilimitado nós não temos. Portanto, é uma forma de fazermos aos poucos e reduzindo esse escopo de ter um zero rating mais controlado. É um caminho evolutivo e demos um passo importante tirando do pós-pago e controle, mas não temos data determinada (para desplugar)”.
O executivo também abordou o fim da estratégia de SMS e ligações ilimitadas que a Vivo fez no mês de março em parte de seus planos. O CRO afirmou que a TIM avalia o movimento da rival, mas não vai fazer nenhuma alteração no momento.
Imagem principal: Ilustração produzida por Mobile Time com IA