Mais de 20,5 milhões de ataques distribuídos de negação de serviço (DDoS) foram registrados no primeiro trimestre de 2025 em todo o mundo, de acordo com a Cloudflare, aumento de 358% na comparação ano a ano e de 198% em relação aos três primeiros meses de 2024. O Brasil está entre os países mais afetados.
Divulgado na semana passada, o Relatório de Ameaças DDoS da Cloudflare aponta que a maioria desses ataques, 16,8 milhões, foram direcionados à camada de rede, dos quais 6,6 milhões visaram diretamente a infraestrutura da empresa. Outros 6,9 milhões tinham como alvos provedores de hospedagem e de serviços.
O levantamento também destaca a tendência de aumento dos ataques hipervolumétricos, que excedem 1 Tbps de dados ou 1 bilhão de pacotes por segundo (Bpps) Mais de 700 ataques do tipo foram bloqueados no período, o que significa pelo menos oito eventos por dia, aproximadamente.
Em relação aos setores mais visados, o de Jogos de azar e Cassinos conquistou o primeiro lugar, seguido por Telecomunicações, provedores de serviços e internet. Na sequência, vieram os ramos de TI e Serviços, Internet, Games, Bancos e Serviços Financeiros, Cibersegurança, Varejo, Manufatura, Tecnologia e Engenharia, Aviação e Aeroespacial.
Quais foram os países mais afetados por ataques DDoS?
A Alemanha foi o país com a maior quantidade de ataques DDoS sofridos no primeiro trimestre de 2025, subindo quatro posições em relação ao ranking anterior. Ela agora ocupa o lugar que era da China — esta, por sua vez, deixou a liderança e passou para o terceiro lugar.
Outro país que alcançou um aumento notável no número de ciberataques desse tipo, a Turquia subiu nada menos que 11 posições, passando para a vice-liderança. Já o Brasil se manteve em sexto lugar, o mesmo em que estava no levantamento anterior, do último trimestre do ano passado.

Confira o top 10 do ranking:
- Alemanha
- Turquia
- China
- Hong Kong
- Índia
- Brasil
- Taiwan
- Filipinas
- Coreia do Sul
- Indonésia
Apesar de manter a posição, o Brasil se destacou na lista das maiores fontes de ataques DDoS nos três primeiros meses deste ano, subindo sete posições, chegando ao sexto lugar. Neste quesito, a liderança é de Hong Kong, seguido por Indonésia, Argentina, Singapura e Ucrânia.
O que é um ataque DDoS?
Um dos grandes problemas da internet, os ataques distribuídos de negação de serviços objetivam interromper o tráfego de uma rede, servidor ou serviço. Por meio de tal ação, a infraestrutura do alvo é inundada com uma quantidade excessiva de tráfego, ficando sobrecarregada e indisponível temporariamente.
Esses ataques são realizados por redes de dispositivos “sequestrados” (botnets) após a infecção por malware, possibilitando controlá-los remotamente. Com isso, cada um dos aparelhos passa a enviar solicitações para o endereço IP da vítima, o que pode resultar em uma negação de serviço ao tráfego convencional.
Os ataques DDoS podem ser direcionados à camada de aplicação, de protocolo e volumétricos, provocando diferentes problemas. Para mitigá-los, o primeiro passo está na distinção entre o tráfego normal e o malicioso, associado ao uso de ferramentas como firewall de apps web, rede Anycast e limitação de taxa, entre outras.
Interrupção de serviços, danos à reputação da empresa e perda de receitas são alguns dos impactos do DDoS. Mas a prática também pode deixar sistemas vulneráveis a ataques secundários mais graves que promovam o roubo de dados e a implantação de ransomware.
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