A Adyen apresentou nesta quarta-feira, 16, a evolução de sua plataforma de pagamento por meio de inteligência artificial. Batizada como Adyen Uplift, a solução chega ao mercado brasileiro duas semanas após o lançamento no México, pois a companhia queria apresentar o serviço com resultados de clientes que participaram de um piloto desde 2024.
De acordo com Rodrygo Moço, head de produtos da companhia na América Latina, a plataforma é baseada em machine learning e redes neurais, e utiliza o histórico global de dados anonimizados para alimentar os modelos e otimizar o processo de pagamento, o que inclui dados de cartão, valor transacionado e número do cartão; assim como dados transacionais, como compras em Pix, débito e crédito.
Para efeito de comparação, a base de dados globais da Adyen em 2024 processou 1,2 trilhão de euros em pagamentos no mundo, o equivalente a 160 mil transações por minuto. Aqui, vale lembrar, o perfil dos clientes da adquirente holandesa são empresas de porte médio e alto, digitais ou com jornadas unificadas entre o mundo físico e o digital.
Estrutura da Adyen
Thais Fischberg, presidente da Adyen LatAm (de preto); Cassia Pinheiro, head de risco da Adyen (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)
Na prática, o Adyen Uplift buscar trazer mais contexto para os comerciantes oferecem uma finalização de compra (checkout, no jargão em inglês) mais ágil e uma redução dos processos manuais das áreas de fraudes e riscos por meio de automação. Ou seja, um aumento da conversão de vendas a partir de processos melhorados e automatizados.
Segundo Cassia Pinheiro, head de risco na companhia, a solução trata cada transação de forma única, ao reconhecer os dados de transação e o consumidor, os modelos (seis, ao todo) trocam informação entre si e entregam informações para os comerciantes tomarem decisões.
O Adyen Uplift é modular e customizável. Ao todo são cinco módulos que o compõem: Tokenize; Authenticate; Protect; Optimize; Personalize. Isso inclui por exemplo a possibilidade usar ou não 3DS 3.0 para a transação. Thais Fischberg, CEO da companhia na América Latina, explicou que, mesmo com o uso da IA, a transação segue rápida, uma vez que utilizando até cinco pontos de decisão a transação demora apenas 20 milissegundos.
Esse arcabouço foi construído através de cinco anos de trabalho da adquirente. Os dados estão armazenado em um data center próprio da companhia e a captura e tratamento de dados seguem as regras do Brasil (LGPD) e da Europa (GDPR).
Resultados do Uplift
Dados da C&A com o Adyen Uplift na tela (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)
Globalmente, a empresa fez um piloto global com 60 clientes. Nesta prova feita no segundo semestre de 2024, 86% das companhias reduziram regras manuais e 35% passaram a usar apenas IA em suas avaliações de risco. Ao todo, a taxa de conversão de pagamentos aumentou em 6% delas, se comparados com provedores tradicionais.
Um exemplo de empresa nacional que opera com o Uplift é a C&A. Entre julho e dezembro de 2024, a varejista teve um aumento de 4,7% na taxa de autorização de compra online, o que permitiu uma adição de R$ 24 milhões em vendas e redução de R$ 1 milhão com custos de chargeback (contestação de compra feita por cartão de crédito).
Outro caso é de um cliente do setor de cosméticos que, entre novembro de 2024 e março de 2025, obteve um crescimento de 9,5% em taxa de aprovação de compras online e 5,4% em diminuição de recusas de risco.
Fischberg reforçou que, apesar de o piloto ter 60 clientes, o número de comerciantes usando o Uplift é maior atualmente, uma vez que a solução foi apresentada durante o evento NRF em janeiro deste ano. No Brasil, a solução de IA tem clientes globais e locais.
Imagem principal: Rodrygo Moço, head de produto da Adyen LatAm; e Maria Isabel Noronha, VP de atendimento ao cliente da Adyen (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)
