O Cade aprovou a integração entre as empresas de soluções digitais para o mercado financeiro Galgo e RTM (Rede de Telecomunicações para o Mercado). O aval, que se deu sem restrições, consta em despacho publicado nesta quinta-feira, 17, no Diário Oficial da União. O valor da aquisição está sob sigilo.
A operação representa consolidação societária, já que a RTM é controlada pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) e B3, que também estão entre as empresas que já detinham fatia das ações da Galgo, mas junto a uma parte dos bancos associados – entre eles, as maiores instituições financeiras comerciais do país – que antes estavam no quadro individualmente.
O foco da operação é incorporar os serviços da Galgo ao Hub Fundos, plataforma desenvolvida pela RTM, com o objetivo de padronizar e automatizar a comunicação entre agentes do mercado de fundos de investimento, possibilitando a integração de tecnologias. A expectativa é a de reduzir custos operacionais e ampliar a gama de clientes.
“A aquisição da Galgo faz parte da estratégia da RTM para expandir seu portfólio de produtos e serviços de infraestrutura e tecnologia da informação para o mercado financeiro e de capitais”, consta na solicitação.
A RTM foi criada em 1997, apresentando-se como fornecedora de intraestrutura de telecomunicações para instituições financeiras e, em 2021, entrou no segmento de softwares. Atualmente, soma 761 clientes, a maioria deles bancos, instituições de pagamento e fintechs (56%).
Já a Galgo foi criada em 2016 pelas próprias instituições do mercado financeiro para ofertar soluções de comunicação entre os agentes de fundos de investimento, e abarcou parte dos entrantes no mercado. Ao todo, são 186 clientes.
As empresas alegaram ao Cade que não oferecem o mesmo tipo de serviço, apesar de haver semelhanças por ambas atuarem em tecnologias de comunicação entre agentes. Ao argumentar que a incorporação não traz prejuízos ao mercado, apontou que as partes seguirão enfrentando “forte concorrência de uma infinidade de grandes players globais tais como Accenture, Capgemini, Cognizant, IBM, Atos, DXC Technologies”, entre outras.
Ao analisar o caso, o parecer do Cade concluiu que não havia posição dominante ou características que acarretassem prejuízos à operação.