executivos conhecem as tendências, mas há barreiras

Os líderes de empresas brasileiras têm consciência das principais tendências tecnológicas para um futuro próximo, mas não são todos que estão investindo de forma e velocidade adequadas. É o que avalia Evandro Armelin, sócio-líder de consultoria de negócios da NTT Data.

O profissional explica que os executivos brasileiros têm domínio sobre inteligência artificial, cibersegurança e computação em nuvem, mas há receios. Armelin afirmou que esses medos de investir em tendências pode acontecer pela falta capacidade de investimento ou pelo risco de investir na tecnologia errada.

De janeiro deste ano, a pesquisa foi feita pelos analistas da NTT em diversos países (Alemanha, Itália, Reino Unido, Israel e Japão, por exemplo) que captaram os sinais e sentimentos do mercado, fizeram uma filtragem dos dados capturados, focaram em setores específicos, previram os casos de uso e fizeram recomendações de como as empresas podem se preparar para o futuro.

Tendência pela NTT

Em conversa com a imprensa nesta quarta-feira, 15, os executivos da consultoria de negócios apresentaram cinco tendências tecnológicas para empresas. São elas:

  1. Experiências inteligentes e imersivas; a exploração de jornadas personalizadas dos clientes em cada ponto de contato da empresa, um segmento que tem US$ 83 bilhões de tamanho de mercado no mundo e expectativa de 23% de crescimento anual (CAGR) até 2030. Um caso de uso no Brasil foi com uma operadora que usou inteligência artificial e gêmeos digitais para criar personas baseadas em seus clientes e testar o melhor momento para fazer o upsell de pré-pago para pós-pago.
  2. A convergência de cloud cognitiva, a fusão de tecnologias e pensamento com orquestração de cloud, edge computing e computadores sem servidores que poderão ser usados para o desenvolvimento de cidades inteligentes, otimização de redes de telecomunicações com IA e serviços financeiros baseados em IA e cloud, um segmento que tem um tamanho de mercado global de US$ 70,5 bilhões e crescerá 23% até 2030. O seu primeiro caso de uso é um framework da NTT que transforma o processo de gestão da cloud de forma automatizada.
  3. A sustentabilidade digital para a resiliência econômica, em outras palavras, a sustentabilidade entrando para valer no core e nos negócios de uma empresa. Com US$ 58,5 bilhões de tamanho de mercado global e expectativa de 15% de crescimento até 2030, essa tendência consiste no uso de tecnologias como gêmeos digitais, visão computacional e fotônica para a gestão de energia, monitoramento do ambiente e introdução de cadeias de suprimentos circulares. No Brasil, os casos de uso existentes envolvem sensores de IoT em barragens, o que permite fazer simulação com dados. E tem o exemplo da companhia de energia na cidade de São Paulo, com o uso de sensores nos postes para fazer a predição de acidentes;
  4. Humanos aprimorados: isso significa a ampliação da capacidade humana por meio de tecnologias como IA generativa, bancos de dados vetoriais e automação de processos. Um segmento que tem US$ 50 bilhões de tamanho de mercado mundial que deve expandir 21,5% ao ano em cinco anos. Com casos de uso em curso, dois exemplos nacionais são: um copiloto com IA generativa para classificações e respostas em contratos sobre LGPD em uma empresa; e um assistente digital para a área de recursos humanos esclarecer aos funcionários sobre consultas de salário, benefícios e reembolsos;
  5. Fusão acelerada da segurança, uma vez que a cibersegurança se torna uma forma invisível e adaptável dentro das corporações, algo que é feito por meio da análise de dados, IA e soluções de zero-trust. Um dos casos de uso no Brasil foi na indústria médica: a NTT desenvolveu para uma empresa deste setor uma plataforma automatizada de identificações de ameaças contra dados de saúde. Essa tendência tem um tamanho de mercado de US$ 27 bilhões e estimativa de crescimento de 10,5% ao ano em cinco anos.

Impactos na prática

Evandro Armelin, sócio-líder de consultoria de negócios da NTT Data (em cima); e Marco Chaves, sócio-líder de digital technology da NTT Data (reprodução: Teams/NTT Data)

Entre essas tendências, Armelin explicou que apesar de ser a menor, a fusão acelerada de segurança é a mais urgente pelos riscos que envolvidos. Seguida pelos humanos aprimorados que trazem uma camada extra de conhecimento e mais vantagens competitivas às empresas.

Mas aquela que deveria ter mais destaque e tem pouco espaço na agenda dos executivos é a sustentabilidade, pois “ainda é possível viver no nosso mercado sem ter essas bandeiras de ESG completamente levantadas”.

Para Marco Chaves, sócio-líder de digital technology da NTT Data, a educação sobre a utilização de novas tecnologias é um outro desafio. Por isso, as companhias precisam educar seus funcionários sobre a importância dessas tecnologias. O executivo deu como exemplo o fato de que algumas empresas adotam licenças de copiloto, mas menos de 5% dos funcionários usam a tecnologia por medo de serem substituídos por robôs.

“Se as empresas não conseguirem colocar essas tendências para funcionar e nem conseguirem explicar para seus colaboradores como a tecnologia vai ajudá-los a serem colaboradores mais produtivos e melhores, elas não vão ter capacidade de continuar no mercado, e vão ter sua capacidade competitiva prejudicada”, completou Chaves.

Imagem principal: Ilustração produzida por Mobile Time com IA

 

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