Startup Singit chega ao Brasil com proposta de ensinar inglês por meio da música e IA

A startup Singit acaba de desembarcar no Brasil trazendo uma proposta diferente para o ensino de inglês: transformar o aprendizado do idioma em uma experiência interativa com o uso de música e inteligência artificial. Presente em oito países e com mais de meio milhão de usuários ativos, a plataforma tem como um de seus objetivos democratizar o acesso ao inglês no país.

A ferramenta reúne atualmente mais de 5 milhões de músicas — de clássicos a sucessos contemporâneos — disponibilizadas graças a parcerias com gravadoras como Universal, Sony e Warner Music. Por meio desse acervo, os usuários podem selecionar suas canções favoritas para realizar atividades como quizzes, desafios de pronúncia e exercícios de tradução, enquanto desenvolvem habilidades de vocabulário, escuta e conversação.

“A Singit é uma solução inédita no mundo. Ela é uma solução que promove o aprendizado de inglês através da música. Eu costumo brincar que a Singit é uma junção do Spotify com Duolingo”, explica Daniel Cleffi, CEO da Singit no Brasil. “

A plataforma (disponível para Android e iOs) adota uma metodologia baseada na música escolhida pelo próprio usuário, promovendo assim uma série de interações e atividades gamificadas que visam o desenvolvimento das principais habilidades no aprendizado de um novo idioma. Entre os aspectos trabalhados estão a escuta (listening), a fluência, o vocabulário e a gramática.

Ao escolher a música, o aluno realiza uma série de atividades gamificadas, como ouvir e repetir determinados trechos da música, responder a um quiz de palavras etc.  

“Eu acho que o grande diferencial da Singit é esse aprendizado através da música, que é um elemento que se conecta de uma forma muito forte com o emocional. As pessoas se conectam com música de forma emocional e com vínculo muito forte.”

Assistente com inteligência artificial

Outra funcionalidade apresentada pela Singit é o uso de um avatar alimentado por inteligência artificial, capaz de interagir com os alunos em diálogos naturais em inglês. A funcionalidade foi desenvolvida com o objetivo de criar um ambiente para a prática oral, especialmente para quem sente insegurança ou vergonha de falar o idioma em público.

“A plataforma utiliza inteligência artificial para algumas coisas diferentes. Eu acho que a principal delas, que é um dos pontos fortes da plataforma, é um avatar conversacional”, conta o executivo. “O aluno pode conversar sobre as músicas com o avatar.”

Cleffi exemplifica como funciona a interação do aluno com o avatar de IA na plataforma. “O avatar começa uma conversa perguntando: ‘Que música você gostaria de conversar?’. Eu gostaria de conversar sobre Let it Be, dos Beatles.” O executivo então explica que o avatar faz perguntas sobre o por que de o aluno gostar de determinada música, e vai apresentando curiosidades sobre a composição da música em uma conversa.

“Isso simula uma interação humana e, mais importante, essa é uma prática de speaking, uma prática conversacional. E a gente sabe que muitos alunos no momento de aprender ficam às vezes envergonhados de falar inglês com outra pessoa ou de falar em público.”

Além da prática em conversação, Cleffi explica que o avatar realiza uma espécie de exercício de pronúncia. “Depois da conversa com esse avatar, a plataforma analisa as frases que este aluno disse, pega as principais e faz um exercício em que a plataforma fala a frase com um inglês perfeito e o aluno aperta um botão para que ele possa falar em seguida.”

“Depois ele dá um painel com as métricas da conversa, do que que foi melhor e do que que não foi tão bem. E separa as palavras que o aluno teve mais dificuldade em falar.”

A música como ferramenta

Durante o início da jornada no aplicativo, é realizado uma espécie de onboarding, onde é verificado o nível de inglês do aluno, suas preferências musicais, seus objetivos no aprendizado do idioma etc.

A plataforma tem como foco principal a experiência de ouvir música aliada à realização de atividades práticas, chamadas de “lições”. Mas, além desse formato, há uma segunda abordagem de aprendizado baseada na música.

“Existe uma área lá dentro de cursos pequenos, em formato de pílula, para situações diárias curtas e necessárias. Como que eu me viro no aeroporto? Como eu conto o que eu fiz nas férias? Como eu inicio uma conversa com uma pessoa numa situação social?”, descreve. A plataforma vai então selecionar quais músicas apresentam trechos que falam sobre cada uma dessas situações cotidianas. “A plataforma tem cursos que são situações do dia a dia importantes que juntam mais de uma música para te explicar como se virar nessa situação.”

A plataforma para o professor

Na perspectiva do professor, que acessa a plataforma por uma interface própria, há a possibilidade de selecionar e atribuir as lições aos alunos, personalizando o processo de ensino.

“O professor, por sua vez,  tem um painel com vários indicadores, incluindo quantos alunos estão ativos, quem está fazendo o quê, qual é a performance de uma sala de aula, qual é a performance de um aluno individual. Hoje o professor tem centenas de planos de aulas prontos na plataforma, feitos para o Brasil, alinhados com a BNCC”, conta.

Alinhadas à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e com foco principal na rede de ensino básico, a versão brasileira da plataforma oferece mais de mil lições. Para alinhar a plataforma à BNCC, Cleffi esclareceu que foi contratada uma consultoria brasileira especializada em desenvolvimento de conteúdo didático em inglês e bilinguismo. 

O trabalho consistiu em analisar, ano a ano, as diretrizes da BNCC, identificando os objetivos de aprendizagem e as habilidades previstas. A partir dessa análise, foram selecionadas músicas cujo contexto e estrutura contribuíssem diretamente para o desenvolvimento das competências indicadas em cada etapa escolar.

“A plataforma é formatada como produto tanto para operar no varejo, no mercado consumidor, quanto para operar no modelo de instituições de ensino”, explica. “A escola tem a possibilidade de configurar filtros de conteúdos indesejados. A escola pode definir se não quer que tenha músicas com palavrão, ou que falem sobre drogas, sobre sexo, sobre política, o que tenham cunho racista etc. A plataforma consegue fazer esses filtros”, explica.

Parcerias com órgãos públicos e expansão

O CEO contou também que a plataforma pretende realizar parceria com órgãos públicos. 

“A gente já está conversando com alguns estados e municípios. A nossa expectativa é crescer bastante dentro do setor público. 80% da educação no Brasil é pública. Além disso, a necessidade de se aprender em inglês é muito maior no setor público por diversos motivos. Existem muito mais desafios lá”, avalia.

Cleffi contou que a plataforma também pretende expandir para outros idiomas. “É algo que também está sendo desenvolvido. A plataforma está sendo localizada para outros idiomas. Imagina como seria legal aprender português com música brasileira? Com certeza isso já está em desenvolvimento. No Brasil, nosso objetivo é se tornar a maior plataforma de ensino de inglês”, afirma.

 

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