Segura, peão! Kawasaki anuncia conceito de “robô cavalo” montável; veja

Do vídeo à realidade: desafios do conceito

O material divulgado pela Kawasaki exibe o Corleo como uma máquina ágil, capaz de se adaptar a trilhas rochosas e até saltar sobre fendas. No entanto, o protótipo físico apresentado na Expo só realizou movimentos lentos, como esticar as pernas. A empresa descreve o veículo como uma “plataforma de mobilidade off-road revolucionária”, mas não detalhou como funcionalidades como salto ou equilíbrio em terrenos inclinados seriam implementadas.

A Kawasaki também não informou especificações técnicas básicas, como velocidade máxima, autonomia ou peso suportado. Ainda, o sistema de controle, que promete responder aos movimentos do corpo do piloto (similar a cavalos reais), ainda não foi testado publicamente.

Design mistura estética de motos com formas animais

O Corleo apresenta um design que combina elementos visuais das motocicletas da Kawasaki com formas inspiradas no reino animal. A carenagem frontal remete a um capacete ou escudo, típica referência ao universo das motos, enquanto as linhas do corpo adotam um acabamento aerodinâmico. O assento, posicionado como o de uma moto convencional, permite que o usuário monte diretamente sobre o robô.

Apesar do nome sugerir uma junção entre cor (coração, em latim) e leo (leão), o visual do Corleo lembra mais um lobo mecânico do que um cavalo ou felino. As quatro patas articuladas, com extremidades revestidas de borracha, são projetadas para oferecer estabilidade e adaptação a diferentes tipos de terreno. Segundo a Kawasaki, essas estruturas também absorvem impactos — embora nenhuma dessas funções tenha sido demonstrada na prática durante o evento.

Propulsão a hidrogênio e tecnologia ainda conceitual

O Corleo é movido por um motor de combustão interna de 150 cc adaptado para o uso de hidrogênio — uma tecnologia que a Kawasaki, assim como outras empresas japonesas, como a Toyota, vem explorando como alternativa de baixo impacto ambiental. No caso do robô, o motor funciona como um gerador interno, produzindo eletricidade para alimentar os motores que controlam as patas robóticas.

Essas patas contam com extremidades revestidas por “cascos” de borracha, o que garante maior aderência ao solo. Apesar da proposta inovadora, ainda não foram divulgadas informações técnicas detalhadas, como velocidade máxima, autonomia ou capacidade de carga, o que reforça o caráter conceitual do projeto.

Quando (e se) o Corleo chegará ao mercado?

A Kawasaki não definiu prazos concretos para o desenvolvimento ou comercialização do Corleo, embora tenha mencionado o ano de 2050 como uma possível referência temporal. O projeto ainda está em estágio inicial e foi apresentado como parte da visão da empresa para a mobilidade pessoal do futuro.

Voltado ao público geral, o Corleo enfrenta desafios técnicos e regulatórios mais complexos do que robôs quadrúpedes industriais já em operação, como os da Boston Dynamics. A apresentação durante a Expo Osaka-Kansai 2025 funciona como um exercício de futurologia, ao propor veículos pessoais sem rodas movidos a hidrogênio — uma ideia ousada, mas ainda distante da realidade atual, especialmente em ambientes fora do asfalto.

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