Tap on Phone é um tsunami silencioso no Brasil

O uso do celular como maquininha para receber pagamentos, ou Tap on Phone, da Visa cresceu 240% no mundo no último ano, segundo um relatório divulgado pela companhia nesta semana. De acordo com Rodrigo Cury, VP de novos negócios na bandeira, apesar do aumento ser global, três países estão liderando o seu avanço, nesta ordem: Estados Unidos, Reino Unido e Brasil.

Porém, cada país tem sua particularidade. No Brasil, por exemplo, a tecnologia (também conhecida como Tap to Phone ou Tap to Pay) está em um momento de “tsunami silencioso” que espantou até os players de adquirência que não imaginavam essa dimensão da tecnologia, comentou Cury.

Chegando a 7 milhões de celulares habilitados, o executivo da Visa recorda que este número era incipiente dois anos atrás no mercado brasileiro. Mas começa a ganhar tração, devido à aceitação entre comerciantes e seus consumidores. Contudo, ainda está atrás de EUA e Reino Unido.

Os países do hemisfério norte lideram o Tap on Phone por alguns diferenciais no comportamento, como o fato de os usuários estarem mais acostumados a pagar com cartões (débito e crédito) e a tecnologia NFC é mais difundida nesses mercados, uma vez que os dispositivos da Apple são predominantes e têm o contactless como padrão de fábrica.

Por sua vez, o Brasil ainda tem a base de celulares com NFC como barreira. Mas Cury acredita que essa limitação vai desaparecer ao longo do tempo com a migração dos smartphones para dispositivos novos com a tecnologia sem contato.

Futuro do Tap on Phone

O executivo da bandeira enfatizou que agora o Tap on Phone caminha para ser mais que uma opção de pagamento. Afirmou que, nos EUA, as adquirentes estão trabalhando em modelos complementares, como:

  • Tap to Add Card, que permite ao usuário aproximar o cartão ao celular para preencher os dados em uma compra online;
  • Tap to Confirm para aproximar o cartão ao celular com intuito de autenticar uma transação;
  • Tap to Send and Request para efetuar transações P2P, como envio de dinheiro para um amigo ou parente.

Porém, o Brasil está um passo antes e deve avançar primeiro para integrar o Tap on Phone na jornada dos bancos. Ou seja, a partir do momento que um usuário tem uma conta em um banco e um celular com NFC, o consumidor pode liberar a função no app do banco para começar a receber valores por meio da aproximação em seu handset.

Esse avanço deve acontecer nos públicos que estão adotando o arranjo, mas também novos públicos, como o consumidor comum que precisa de adquirência para uma atividade pontual.

Visa e o NFC na América Latina

Um capítulo adicional ao desenvolvimento do arranjo de pagamento por aproximação na América Latina: de acordo com o estudo da Visa, o NFC representa 70% das transações na região, sendo que 30 países têm penetração acima de 50%. Para efeito de comparação, as transações globais sem contato estão em 80% da base da bandeira.

Chile lidera a adoção dos pagamentos contactless com 95%, Peru tem 94%, Paraguai possui 90%. Aparecem na sequência, Panamá (89%), Colômbia (86%), Costa Risca (86%), Guatemala (84%), Uruguai (84%) e El Salvador (84%).

Contudo, Cury explicou que existem desafios na América Latina. A região não conta com uma rede ampla de comerciantes, como acontece no Brasil, com seus 20 milhões de comerciantes, mas, por outro lado, há forte potencial para o Tap on Phone.

“A América Latina é super heterogênea. Tem países com um nível de aceitação mais baixa, pois muitos mercados são baseados em dinheiro físico. A realidade é que os usuários não conseguem pagar em todos os estabelecimentos ou serviços nesses países. O taxista não tem cartão, por exemplo. O Brasil acelerou isso com a regularização das corridas particulares. Ou seja, há potencial para alta penetração do Tap on Phone. Um celular com NFC tem potencial de aumentar a malha de aceitação”, concluiu.

 

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