o smartphone que quis ser um PC

Hoje em dia, o smartphone é praticamente um computador de bolso, com um poder computacional maior que muitas máquinas por aí. Mas há um tempo atrás, quando o celular ainda não tinha esse poder todo, uma ideia que pairava nas empresas de tecnologia tentou sair do papel: um híbrido entre smartphone e pc, o Ubuntu Edge.

A criação do aparelho

Lançado em 2013 pela empresa de software britânica Canonical, o Ubuntu Edge nasceu de uma ideia que pretendia romper as barreiras entre o celular e o computador pessoal. O projeto foi lançado através de uma campanha de financiamento coletivo,  e buscava arrecadar US$32 milhões — um valor significativo para a época. 

O aparelho, que contava com o suporte do sistema operacional Ubuntu Mobile, tinha como objetivo oferecer uma experiência híbrida, permitindo aos usuários executar tarefas típicas de um PC com a portabilidade de um smartphone. O aparelho rodaria tanto o Android quanto o Ubuntu Phone OS, e prometia ser o primeiro a realizar o chamado dual-boot, e alternar entre os dois sistemas operacionais.

Essa função seria essencial para se conectar a um monitor, teclado e mouse, transformando o smartphone em um desktop completo.

A ideia era integrar a robustez e a flexibilidade do Ubuntu Linux a uma interface adaptada para dispositivos móveis, algo que, na época, parecia revolucionário. Tanto que antecipou em muitos aspectos ideias que só se tornariam realidade anos depois, como o Samsung DeX.

Especificações técnicas e cancelamento

Em termos de especificações técnicas para o Ubuntu Edge, a Canonical propôs uma tela de 4,5 polegadas com resolução HD (1280×720) e tecnologia de cristal de safira, um luxo que prometia as telas que só poderiam ser arranhadas por diamante. O processador seria um multi-core não especificado, e contaria com  4 GB de memória RAM, um armazenamento interno de 128 GB de memória flash, e um slot disponível para micro-SIM.

Na parte de imagem, o Edge viria com uma câmera traseira de 8 megapixels e uma câmera frontal de 2 megapixels. A bateria seria outra ideia inovadora para a época: feita com tecnologia de ânodo de silício, que prometia ser mais eficiente em um espaço compacto do que as tradicionais baterias de íons de lítio.

O smartphone teria conectividade LTE, dual-band Wi-Fi, Bluetooth 4.0, NFC e uma porta MHL para saída de vídeo — essencial para a proposta de convergência entre smartphone e desktop.

A ideia era que os aparelhos custassem algo entre US$ 600 e US$ 700. Mas o entusiasmo durou pouco. Apesar de um certo engajamento da comunidade, a meta não foi atingida: o projeto arrecadou pouco mais de US$12,8 milhões ao final da campanha, o que levou o projeto do Ubuntu Edge a ser oficialmente cancelado.

 

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