Kosmos-482: confira onde caiu a sonda soviética que estava há 50 anos em órbita

A jornada de uma sonda defeituosa lançada pela União Soviética décadas atrás finalmente terminou neste final de semana. Segundo a agência espacial russa, a Kosmos-482 voltou para a Terra depois de gerar muita curiosidade e expectativa.

A reentrada da sonda na atmosfera aconteceu às 3 horas e 24 minutos (horário de Brasília) do último sábado (10) e era monitorada por vários órgãos de observação espacial e astronomia, já que eles divergiam sobre o local da queda e ela poderia acertar outros objetos ou até bater em terra firme. No fim, a Kosmos-482 caiu no meio do Oceano Índico, ao oeste de Jacarta, capital da Indonésia.

Até o momento, não há informações sobre o ponto exato de colisão com o oceano, qual o estado final da sonda após o impacto e nem se haverá tentativas de busca e recuperação dos destroços.

A longa missão da Kosmos-482

  • A Kosmos-482 foi lançada pela União Soviética em 1972 como parte de uma missão de observação do planeta Vênus. Ela era uma das integrantes secundárias de um projeto maior, o Venera 8;
  • Porém, a sonda apresentou um problema grave no processo de ida ao espaço: um dos propulsores do foguete Soyuz parou de funcionar cedo demais e ela acabou “presa” na atmosfera da Terra;
  • Desde então e pelos 52 anos seguintes, a Kosmos-482 vagou pela órbita do planeta e já era considerada lixo espacial;
  • A queda da sonda era esperada já há bastante tempo, com relatos desde 2019 de que aquele poderia ser o momento da reentrada;
  • Outras naves não tripuladas do país também saíram em um período parecido com o mesmo destino, com o objetivo de pousar no local para coletar dados, enviar imagens e até estudar amostras solares.
  • A própria Venera 8 conseguiu pousar e ficar pouco menos de uma hora em operação em Vênus, sendo considerada uma missão bem sucedida pelos soviéticos.

Por que a Kosmos-482 é importante?

Apesar de ser marcada por um problema técnico que impediu o seu funcionamento, a sonda especial era uma prova concreta de um período histórico importante: a corrida espacial da Guerra Fria, com Estados Unidos e União Soviética realizando avanços e lançamentos a um ritmo acelerado para fazer determinadas conquistas primeiro.

Os soviéticos tinham larga vantagem nesse campo: o primeiro satélite artificial do mundo é o Sputnik 1, lançado em 1957, enquanto o cosmonauta Yuri Gagarin foi a primeira pessoa a viajar ao espaço, em uma missão realizada em 1961.

Apesar de ter ficado para trás em vários pioneirismos, a NASA conseguiu fincar a primeira bandeira em solo lunar com a primeira missão tripulada para a Lua, a Apollo 11 em 1969, que praticamente declarou ela como a vitoriosa nesse campo.

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