*Por Bruno Affonso.
A micromobilidade por assinatura ou compartilhamento já é uma realidade consolidada em vários países. No Brasil, líder na América Latina, a tendência, conhecida também por bike-sharing, começa a ganhar fôlego. E a mobilidade elétrica desponta como elemento importante deste movimento. Com incentivo de startups, operadoras de micromobilidade e políticas públicas pontuais, as bicicletas elétricas se multiplicam nas grandes cidades. E isso é uma excelente notícia!
Mais do que uma opção conveniente de locomoção, o compartilhamento de e-bikes tem impacto direto em como as pessoas se movem, se organizam e até se relacionam com o espaço urbano. A seguir, listo cinco benefícios dessa transformação e por que ela precisa ser levada a sério.
1. Democratiza o acesso à mobilidade elétrica
Nem todo mundo pode investir em uma bike elétrica própria. Mas o compartilhamento resolve isso: por valores acessíveis ou até gratuitos em alguns projetos-piloto, qualquer pessoa pode experimentar essa nova forma de se locomover. É um passo importante para reduzir desigualdades no acesso à tecnologia e à mobilidade de qualidade.
2. Reduz o trânsito de forma prática e imediata
Muita gente ainda trata o congestionamento como um problema sem solução. Mas a verdade é que boa parte dos deslocamentos urbanos são curtos — e poderiam ser feitos com facilidade em uma e-bike. Quando mais pessoas optam por veículos leves e individuais, sobra espaço nas vias para quem realmente precisa de carro ou transporte coletivo.
3. Integra modais de transporte e resolve o ‘último quilômetro’
O compartilhamento de bicicletas tem um papel estratégico ao conectar estações de metrô, pontos de ônibus e centros comerciais. Elas não competem com o transporte público — elas o complementam. Em vez de andar 15 minutos debaixo do sol, você pedala 5 com assistência elétrica e chega ao destino mais rápido e menos cansado.
4. Incentiva hábitos mais saudáveis e sustentáveis
Mesmo com motor elétrico, pedalar continua sendo uma atividade física. Além disso, o uso de bicicletas em vez de carros reduz emissões, poluição sonora e a necessidade de estacionamento. É um ganho para quem pedala — e para a cidade como um todo.
5. Estimula novos modelos de negócios e inovação urbana
A popularização das e-bikes compartilhadas está movimentando o setor de tecnologia, logística e até urbanismo. Startups e governos precisam repensar infraestruturas, criar novos sistemas de gestão e propor soluções criativas para problemas antigos. Isso abre espaço para inovação — e para mais investimento em cidades mais inteligentes.
Seja por meio de estações fixas, apps de aluguel ou até iniciativas comunitárias, o compartilhamento de bicicletas elétricas é uma grande oportunidade. O desafio é criar estruturas e políticas públicas que acompanhem essa evolução e acelerem a transição para cidades mais eficientes e conectadas. Ao mesmo tempo, esse movimento impulsiona todo o ecossistema da mobilidade elétrica, ajudando o setor a crescer, se profissionalizar e se fortalecer no país.
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Bruno Affonso é diretor e cofundador do Grupo Lev, que reúne a Lev — líder no segmento de bicicletas elétricas no Brasil — e a Onn, especializada em scooters elétricas.